O Instituto Ʉhtã Bo’ó Wi’í trabalha para cuidar das comunidades indígenas, da floresta, das línguas e da espiritualidade.

Nosso propósito.

Atuamos por meio de ações que unem o cuidado com a natureza, a preservação dos saberes ancestrais, a educação — tradicional e atualizada — e formas de registrar e compartilhar histórias, como imagens e registros feitos pelas próprias comunidades. Tudo isso ajuda a contar suas histórias, mostrar como vivem hoje e garantir que as novas gerações conheçam e continuem seus modos de viver.

Não estamos aqui para falar por elas, mas para garantir que cada pessoa tenha voz e espaço para dizer quem é, como vive e o que quer para o futuro. A floresta tem vida, respira e nos alimenta. Por isso, cuidar da floresta é cuidar da gente e proteger o futuro de todos. Nosso objetivo é garantir que as culturas continuem vivas, os territórios sigam protegidos e que as comunidades continuem falando por si mesmas, com força, clareza e dignidade.

O Instituto Ʉhtã Bo’ó Wi’í atua nas frentes de memória, educação, autonomia e conservação da floresta. Trabalhamos para que os saberes ancestrais não se percam, que as línguas continuem vivas e faladas, e que as crianças, jovens e adultos possam aprender tanto os conhecimentos tradicionais quanto aqueles que ajudam na atualidade. Acreditamos que cada comunidade tem suas formas de viver e decidir. Por isso, criamos espaços para que as pessoas encontrem seus próprios caminhos, com ferramentas que garantem mais independência — seja no saber, seja em como cuidar da terra ou organizar o trabalho. Com essas ações, buscamos garantir que as culturas sigam vivas, que os territórios sejam protegidos e que os povos do Alto Rio Negro tenham dignidade para seguir sendo quem sempre foram.

Áreas de atuação

Memória

Sabemos que os saberes antigos não estão no passado — eles estão aqui, vivos, nas mãos que tecem e curam, nas vozes que cantam, nos pés que dançam, nos olhos que observam a natureza. A memória vive nas línguas que continuam sendo faladas, nas histórias de transformaçãocontadas ao redor do fogo, nas receitas feitas com a mandioca, e no jeito como os mais velhos ensinam aos jovens. Por isso, fortalecemos, compartilhamos e ensinamos essas histórias por meio de imagens, conversas, oficinas e registros feitos pelas próprias comunidades. Que cada geração possa pegar o que recebeu e levar adiante, com orgulho e clareza. Assim, a memória segue viva — não guardada, mas vivida.

Educação

Os povos indígenas aprendem desde cedo com a natureza: com o rio, a floresta, os animais. Aprendem ouvindo os mais velhos, observando o céu, sentindo os ciclos do ano. O saber está também na roça, na caça, no preparo do alimento, nas cantorias, nos encontros entre famílias. É assim que as crianças aprendem a cuidar da terra e dos bichos, a reconhecer plantas medicinais e a viver em comunidade. Mas o aprendizado não para aí. Jovens e adultos também têm muito a aprender e a ensinar. Por isso, o Instituto Ʉhtã Bo’ó Wi’í apoia formações que fortalecem esses saberes antigos e abrem espaço para novas ferramentas — como o uso de câmeras, gravação de histórias e edição de vídeos. Essas práticas permitem que cada povo conte suas histórias com suas próprias palavras, registre seus modos de vida e garanta que nada se perca com o tempo. O Instituto Ʉhtã Bo’ó Wi’í apoia esse jeito de ensinar e aprender. Trabalha com comunidades para que os jovens continuem aprendendo os saberes antigos e tenham acesso a conhecimentos que ajudam na vida atual — sem esquecer quem são e de onde vêm.

Autonomia

As comunidades têm suas formas de cuidar da terra e dos bens que compartilham entre si. Hoje, muitas coisas vêm das cidades: redes, panelas, remédios, sementes. Mas isso não tira o jeito próprio de viver. Autonomia é poder escolher: o que comprar, como produzir, como vender, o que ensinar. É andar com as próprias pernas, sem depender de quem não conhece a realidade da Amazônia. O Instituto Ʉhtã Bo’ó Wi’í apoia os povos com ferramentas que ajudam a gerenciar projetos, fazer trocas justas, registrar histórias e criar caminhos próprios. Tudo para que cada comunidade siga livre para decidir seu futuro, sem perder sua raiz.

Conservação da Floresta Amazônica

No município de São Gabriel da Cachoeira, a floresta continua intacta, sem grandes áreas desmatadas. Mesmo assim, ameaças como invasões, garimpo e o corte ilegal de árvores acontecem em diversos territórios. Por isso, é preciso cuidar agora, antes que seja tarde, para que continue viva para as próximas gerações. As comunidades sabem que a floresta não é só árvores — ela é vida, remédio, comida e futuro. É onde crescem o buriti, o açaí, o tucumã, o cumaru, a andiroba, a copaíba, o jaborandi e tantas outras plantas que cuidam da gente. Sabem onde encontrar cada folha, fruto e raiz — como a pata de vaca para inflamações, o uxi para fortalecer o corpo ou a copaíba para cicatrizar feridas. Esse saber é antigo, mas segue atual e necessário para cuidar da saúde, da terra e dos povos. É conhecimento vivo, passado de geração em geração. O Instituto Ʉhtã Bo’ó Wi’í apoia as comunidades, os verdadeiros guardiões da floresta, a continuarem cuidando dessas terras. Trabalhamos juntos para fortalecer o conhecimento sobre as plantas, proteger os locais invioláveis e garantir que as árvores sigam crescendo, os rios correndo limpos e os remédios da mata continuem nas mãos de quem sabe usá-los.

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